top of page
Foto do escritorKeila Vitola Druzian

Quais são as maiores dificuldades na exportação?



Exportar produtos pode alavancar os negócios de uma empresa, assim como atender outros mercados aumenta os lucros e dá visibilidade à marca. Porém, o processo de exportação no Brasil é complexo e, em razão disso, muitas vezes o comerciante pode desistir da empreitada. Muitas empresas poderiam oferecer seus produtos mundo afora, mas não o fazem diante do desconhecimento do processo de exportação.


Antes de dar início às operações, é preciso planejar, pesquisar as tendências do mercado, estudar cenários e identificar oportunidades. Nós damos várias dicas nos artigos "3 passos para desenvolver um produto exportável" e "Como começar a exportar com experiência e assertividade?"

Também é importante analisar possíveis públicos-alvo e avaliar os principais impasses encontrados na negociação, na logística ou outros fatores. Descreveremos a seguir algumas dificuldades na exportação enfrentadas por exportadores em geral.


Por que é tão difícil exportar no Brasil?


Exportar produtos pode ser tarefa árdua para o empresário brasileiro, uma vez que o país não acompanhou todas as revoluções tecnológicas que poderiam auxiliar a aprimorar processos e aumentar a competitividade dos produtos. Sendo assim, o custo de produção, em geral, é muito oneroso e reflete no preço final da mercadoria, tornando-a menos competitiva.


No entanto, essa não é a única dificuldade na exportação. Muitos empresários acreditam que exportar é muito difícil e não se arriscam em alcançar novos mercados. Essa falta de cultura exportadora ainda está presente nas fábricas nacionais por mero desconhecimento dos procedimentos e das vantagens desse tipo de operação.


Por outro lado, se os insumos utilizados no processo produtivo da mercadoria são importados, o preço final terá um custo elevado em razão da variação cambial. Outro fator relevante é a complexidade logística, que confronta o grande potencial de exportação do país.


Conhecimento dos Mercados Potenciais


Antes de exportar um produto é preciso fazer uma análise de mercado. Disponibilizar o produto em qualquer país sem estudo sobre tendências de consumo, renda da população e situação econômica pode prejudicar a operação.


Identificar mercados potenciais leva tempo, pois é preciso entender as características do cliente e as particularidades que possam interferir no consumo do produto.


Exportar para países com características semelhantes às do Brasil pode facilitar a aceitação da mercadoria, dispensar adaptações ao item para aquele público e assim minimizar as dificuldades na exportação.


Outro ponto a se considerar é a diversificação dos mercados.


Concentrar o volume de vendas em um único mercado promissor é uma atitude arriscada, visto que o exportador dependerá muito das exportações para esse único país. Buscar por mais clientes e estudar padrões de consumo pode mitigar possíveis quedas nas vendas de um cliente maior.


Além disso, o exportador precisa avaliar se há questões culturais que possam influenciar nas vendas do produto. As diferentes tendências e costumes entre os países podem motivar o aumento ou a queda no consumo de um mesmo item em um país estrangeiro em relação ao consumo no mercado interno.


Um produto estrangeiro pode ter as vendas prejudicadas, por exemplo, se a cor ou símbolo utilizados na embalagem tiverem um significado negativo dentro da cultura do país-alvo.


O exportador precisa conhecer os aspectos culturais do mercado em que pretende ingressar, já que eles podem induzir o consumidor a adquirir ou não o produto.


Adequação do Produto ao Mercado Mundial


No momento de exportar a mercadoria, é possível que um item precise de adequações ou alterações para que seja bem aceito em outro lugar.


Os países possuem características de consumo diferentes entre si, e é preciso entender essas variações para conquistar outros mercados. Não atender às necessidades específicas dos consumidores no país-alvo pode levar o produto brasileiro a apresentar baixos índices de venda e fazer com que o exportador não consiga alavancar suas exportações para aquele mercado almejado.


O exportador também tem que lidar com as barreiras tarifárias que reduzem a competitividade do seu produto.


Por isso importante ter em mente: se o nicho de mercado for muito específico ou apresentar peculiaridades, o exportador poderá ter mais dificuldades na exportação.


Itens ligados à saúde ou à medicina, por exemplo, podem encontrar empecilhos adicionais, como exigências muito específicas ou apresentação de vários documentos, certificações e licenças internacionais que comprovem que esses produtos atendem às normas técnicas aplicadas no país.


As barreiras não tarifárias, como cotas de exportação, também são complicadores no ingresso em novos mercados, pois limitam as quantidades que podem ser importadas.


Escala de produção


Este é outro desafio enfrentado pelo exportador.


Ao decidir exportar, será necessário aumentar a produção e investir em maquinário e mão de obra para reduzir os custos. Por isso, deixar de acompanhar as inovações industriais mais recentes pode prejudicar o processo produtivo.


Para ser bem-sucedida e driblar as dificuldades na exportação, a empresa precisa ter capacidade produtiva para atender aos mercados, o que inclui realizar investimento em tecnologia, insumos de qualidade, equipe bem treinada, manutenção dos equipamentos, etc.


Atualmente, existe o conceito de surpreender o cliente oferecendo produtos com alto valor agregado. Portanto, agregar valor ao produto aumenta sua importância para o cliente, o que influencia positivamente na decisão de compra.


Sendo assim, ao estudar o mercado-alvo, o exportador deve apresentar um item diferenciado, e para isso, é preciso compreender o consumidor e investir em melhorias no processo produtivo.


Entretanto, os poucos investimentos em melhoria produtiva no Brasil em geral aumentam o valor da mercadoria ao consumidor final. Logo, o exportador precisará investir capital para reduzir esse custo e agregar valor ao produto, a fim de destacá-lo no mercado internacional.


Escassez de Acordos Bilaterais


Os governos aplicam impostos de importação aos itens estrangeiros com o objetivo de proteger suas indústrias.


Um acordo bilateral consiste na concordância entre dois países de praticarem entre si tarifas menores do que as aplicadas a outros países. Dessa maneira, importar de um parceiro é mais vantajoso do que adquirir o mesmo produto de países que mantêm pouco ou nenhum vínculo comercial.


O Brasil, porém, não possui muitos acordos bilaterais com seus maiores parceiros estratégicos. Isso faz com que suas mercadorias estejam sujeitas a tarifas mais altas e, consequentemente, fiquem mais caras.


Como resultado, em geral os produtos nacionais acabam sendo preteridos em relação aos de outros mercados em razão da escassez de acordos firmados com países-alvo, o que reflete no preço final das mercadorias.


Dificuldades Logísticas


O transporte rodoviário é o mais utilizado no país, contudo, nos falta tecnologia e nossa estrutura não está adequada para atender as grandes demandas da exportação. O complicado acesso às vias de chegada aos principais portos e a falta de organização provocam constantes congestionamentos e atrasos nas movimentações de carga.


Isso acontece porque o sistema rodoviário não é eficiente, são altos os preços de pedágios e de combustíveis e a maior parte das rodovias está em mau estado. Além disso, o país não privilegia outros modais como o ferroviário que, se recebesse mais investimento, poderia transportar mais cargas em menos tempo, melhorando a eficiência nas exportações.


Tais dificuldades na exportação impactam no frete e encarecem o preço dos produtos. Ou seja, sem investir em outros modais e em infraestrutura, o Brasil perde em qualidade e competitividade.


Para driblar essas dificuldades, o exportador precisa planejar e ter um bom gerenciamento da cadeia de suprimentos.


Conclusão


De fato, operar e lidar com as dificuldades na exportação no Brasil não é uma atividade simples, pois exige muita análise, planejamento e levantamento de informações para a tomada de decisão.


É importante manter um estudo constante para ter uma visão realista do momento da empresa e do país-alvo, visto que o mercado internacional é muito dinâmico.


O Brasil apresenta cenários que complicam a situação do empresário que deseja expandir seus negócios para além das nossas fronteiras, mas isso não significa dizer que não vale o desafio.


Para obter êxito é preciso ter conhecimento sobre o produto e o mercado-alvo, e aplicar estratégias diferenciadas na negociação, no processo logístico ou na sua gestão.


Analisar mercados e tendências, além de pesquisar sobre o consumidor final no país escolhido, antes de fazer ingressar o produto no exterior, pode trazer ganhos ao exportador que pode adequar a mercadoria de acordo com as preferências daquele país, planejar a melhor solução logística para aquele destino e, assim, otimizar toda a operação. Exportar pode não parecer fácil, mas com estudo e planejamento o empresário consegue alavancar seus lucros e fortalecer sua marca em outros mercados.


Ficou com dúvidas sobre o tema? Pensa em exportar? Entre em contato pois podemos lhe ajudar!

370 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page